Terror noturno infantil: você sabe o que é e como tratar?
Seu filho costuma chorar no meio da noite e não acorda? Quando você se aproxima e tenta conversar, ele continua angustiado, se mexendo e não se lembra de nada no dia seguinte? Então pode ser que ele esteja sofrendo com o terror noturno.
Sabemos que é comum os bebês acordarem várias vezes e chorarem à noite. Também é muito comum que tenham pesadelos. Mas o terror noturno se caracteriza justamente pelo fato de a criança não acordar, por mais agitada e angustiada que fique. E, no dia seguinte, ela não tem nenhuma lembrança.
Não existe uma regra, mas geralmente o terror noturno atinge mais crianças entre dois e cinco anos. Mas, a partir dos nove meses alguns bebês já podem sofrer com isso. Ainda não existe uma comprovação científica para explicar o problema, mas a hipótese que mais faz está relacionada a questões emocionais, como situações estressantes que a criança passou ao longo do dia, por exemplo.
É importante dizer que terror noturno e pesadelo são coisas distintas e um não depende do outro para acontecer. Nos episódios de terror noturno, que duram cerca de 30 segundos até cinco minutos, a criança pode chorar, gritar, transpirar, ficar com respiração e batimentos cardíacos acelerados e até sair andando pela casa. Aqui, reforço que é importante os pais manterem a calma, pois logo em seguida ela volta ao sono comum. Se acordar a criança, ela pode demorar muito mais para voltar a dormir.
O sono é dividido em NREM* (também conhecido como NÃO-REM), fase que vai da sonolência até o sono profundo, e REM*, que é a fase de maior atividade cerebral. O pesadelo acontece na fase REM, por isso, a criança acorda assustada e se lembrando de tudo o que “sonharam”. Já o terror noturno é característico da fase NREM e, por isso, a criança não tem ciência do que aconteceu..
Ainda não existe um tratamento para o terror noturno, mas decidi trazer algumas dicas que podem ajudar os pequenos a ficarem livres disso – e os pais aprenderem a lidar com os episódios:
- Mantenha a calma e não acorde a criança de jeito nenhum. Por mais aflitivo que seja o episódio, ele é rápido e a criança não sente nada e nem vai se lembrar no dia seguinte;
- Deixe o ambiente seguro para a criança, com telas ou cadeados nas janelas; grades nas escadas e evitar deixar brinquedos espalhados pelo chão;
- Evite comidas gordurosas à noite e estímulos como atividades físicas , brincadeiras agitadas e telas pelo menos uma hora antes de dormir;
- Mantenha uma rotina de sono, como banhos mornos antes de dormir, que relaxam o corpo. Prefira contar histórias ou deixar alguma música suave no ambiente;
- Se a criança já souber falar é importante que os pais sempre conversem com ela no dia seguinte aos episódios para entender seus sentimentos, tentar descobrir se aconteceu algo que ela não está sabendo se expressar.
E lembre-se: converse com o Pediatra do seu filho para sinalizar os episódios e pedir orientações mais específicas para cada criança.
* REM (Rapid Eye Movements, em Português: movimentos oculares rápidos) é o sono de maior atividade cerebral. NÃO-REM é o ciclo do sono que vai da fase da sonolência até o sono mais profundo.